Começarei
este breve artigo pontuando sobre alguns conceitos que, normalmente, muitos tomam
como única verdade:
-
Socialismo: em resumo, é um modelo
de organização econômica, pública ou coletiva dos meios de produção e
distribuição de bens, que visa construir uma sociedade com fundamentos de
igualdade de oportunidades e meios para todos.
- Capitalismo e Neoliberalismo: em resumo, neoliberalismo
é uma concepção métodos econômicos
capitalistas que defende a pouca ou nenhuma intervenção do estado na economia.
Segundo a teoria de Adam Smith, pensador do Século XVII, o mercado possui uma
mão invisível capaz de se auto regular e, por consequência, se reequilibrar,
fomentado o bem estar socioeconômico de uma sociedade.
Após
essas pontuações teóricas e entendendo que o sistema valida tais conceitos como
verdades únicas e eternas, vamos refletir sobre o atual momento de nossa
organização socioeconômica a partir do COVID-19 que entrou em nosso meio sem
ser anunciado. Faço um paralelo neste momento da leitura no sentido de nos
levar até a última grande crise econômica que ocorreu em 2008 (Títulos sub
primes americanos e a grande bolha que formou); vamos até o passado e relembrar
como, naquele momento de ápice da crise, o mercado se auto regulou provendo a
solução, sem a tal intervenção estadista, tão execrada pelos liberalistas! Isso
ocorreu mesmo? Responda você!
Voltando
a atualidade, com o COVID-19, vamos voltar a refletir: o mercado, que está na UTI, é capaz de se
auto regular, se reequilibrar, se curar sem a intervenção de nenhuma esfera
superior ou mesmo paralela? Será que os métodos Capitalistas orientados pelo Neoliberalismo radical e prepotente, nos dará uma resposta
factível quanto a correção? Isso não quer dizer que a organização dita “Socialista” é
a única resposta que pode nos levar a cura das enfermidades físicas, morais e
econômicas. Aliás, não creio muito nisso. Uma organização Socialista,
representada por um ESTADO intervencionista, "quase sempre" irá ocupar o mesmo
papel e consequentemente teremos os mesmos efeitos, agora por um outro viés, que uma
postura ou contexto de organização Neoliberalista. Isso é fato! O problema não
está centrado no sistema de organização socioeconômico, e sim no dito HOMEM!
Abordei os contextos para tentar fundamentar o que está ocorrendo com nossa
organização socioeconômica. Um Vírus potente que está abalando as estruturas
sociais e mostrando ao mundo que o Capitalismo e o Socialismo são comandados
pelo homem virótico que está em xeque-mate hoje: “A soberania econômica, a prepotência
social, o poder comercial e técnico estão de joelhos, clamando por uma saída
para a continuidade da vida econômica e social”. O que podemos observar quanto
o respeito às questões ambientais no mundo e, sobretudo, em nosso Brasil? Um Vírus,
invisível, parou o mundo e o Brasil para que a natureza pudesse sair da UTI! A
distância compulsória irá unir os povos e permear novos valores morais e éticos
(eu espero)!
Uma
economia mais justa está por vir? Não sei dizer, depende do HOMEM, não do Vírus.
Apenas afirmo que será uma grande oportunidade de mudar um roteiro
socioeconômico.
Sobrevivemos
hoje, num modelo Neoliberalista cuja relação entre seus entes é a de “eu ganho,
você perde”. O que o mercado de capitais é para você? Qual a razão de alguns
Governos, até o momento, defenderem com unhas e dentes a volta à ativa do
mercado consumista, neste momento crítico? Digo a vocês, sem medo de errar: “É
a pressão dos grandes investidores (incluindo os bancos) para maximizar seus
ganhos ou mesmo minimizar as perdas, nas principais bolsas de valores do
mundo.
Mas
não vamos ser inocentes, no momento que o abismo chega e chegou, esses mesmos Neoliberalistas,
clamam por um salvador, neste caso, o execrado ESTADO....que por vezes salva
sim, como em 2008 e agora também, em proporções distintas, porém, não se iludam....por vezes, esse ESTADO possui interesses secundários, afinal, dentro de qualquer sistema, está
o HOMEM, no comando. E onde tem esse modelo de “Homem” existe o interesse e a busca por vantagens individuais e não coletivas.
Por
isso repito, estamos diante de uma grande oportunidade de rever valores e conceitos e traduzir as melhores práticas do cooperativismo
e da busca pelas relações socioeconômicas do tipo “eu ganho e você ganha”, e sermos agentes de transformação e de cooperação para novo sistema que está
apontando. Não será o fim do sistema, e sim o recomeço....
Deixo
registrado um questionamento para reflexão: “Foi preciso um Vírus para
combater outro Vírus”
Prof. Fernando Bueno, MSC
Administrador e Mestre em Desenvolvimento Regional
Email:
prof.fernandobueno@hotmail.com
