quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Guerra de divisas (Guerra cambial).

O texto de Wallerstein, por curto e superficial que seja, explicita uma preocupação latente de muitos analistas: o desconforto de quem tem reservas em dólar ou em títulos do governo americano é crescente, o déficit externo americano é dificilmente sustentável, a armadilha de quem acumulou reservas em dólar e se vê constrangido a sustentá-lo para evitar perdas maiores não garante nenhuma estabilidade. O cassino financeiro especulativo mundial e a ausência de um sistema equilibrado de moeda para trocas internacionais, que não dependa de um só país, se conjugam de maneira cada vez mais preocupante.
_______________________________________________________________________
Por Immanuel Wallerstein, Novembro de 2010

Las divisas son un problema económico muy particular. Porque las divisas son la verdadera relación donde unos ganan y otros pierden. Sean cuales sean los méritos de la revaluación o devaluación de una divisa particular, estos méritos son ganancias sólo si otros pierden. No puede todo mundo devaluar al mismo tiempo. Es imposible lógicamente y por tanto carece de sentido en lo político.
La situación mundial es bien conocida. Hemos estado viviendo en un mundo donde el dólar estadunidense ha sido la divisa mundial de reserva. Esto, por supuesto, le ha dado a Estados Unidos un privilegio que ningún otro país tiene. Puede imprimir su divisa a voluntad, siempre que piense que al hacerlo resuelve algún problema económico inmediato. Ningún otro país puede hacer esto; o más bien ningún otro país puede hacerlo sin penalización mientras el dólar se mantenga como la divisa de reserva aceptada.

Es también muy conocido que, por algún tiempo ya, el dólar ha estado perdiendo su valor en relación con otras divisas. Pese a las fluctuaciones continuas, la curva ha sido descendente tal vez durante 30 años por lo menos.

Los países del noreste de Asia –China, Corea y Japón– han emprendido políticas relativas a las divisas que otros países han criticado. De hecho éste es un asunto que es el objeto de una atención constante en los medios. Sin embargo, para ser justos, en este momento no es de ningún modo fácil establecer la política más sabia, aun desde la perspectiva egoísta de cada país.

Yo considero que el asunto subyacente es más simple que las enredadas explicaciones de la mayoría de los analistas de política. Comienzo con algunos cuantos supuestos. El estatus del dólar como divisa de reserva del sistema-mundo es la última ventaja importante con que cuenta Estados Unidos en el sistema-mundo de hoy. Es por tanto entendible que Estados Unidos hará lo que pueda para mantener esta ventaja. Para hacer eso, requiere de la voluntad de otros países (incluidos, notablemente, esos del noreste de Asia) no sólo para que usen el dólar como modo de calcular las transferencias sino como algo en lo cual invertir sus excedentes (particularmente en bonos del Tesoro estadunidense).

No obstante, la tasa de cambio del dólar ha ido deslizándose constante. Esto significa que tales excedentes invertidos en bonos del tesoro valen menos conforme pasa el tiempo. Llega un punto en que las ventajas de tal inversión (siendo la principal ventaja el sostener la capacidad de las empresas estadunidenses y los consumidores individuales para pagar por sus importaciones) serán menores que la pérdida del valor real de las inversiones en bonos del Tesoro. Ambas curvas se mueven en direcciones opuestas.

El problema es uno que está presente en cualquier situación de mercado. Si el valor de unas acciones está cayendo, los dueños querrán deshacerse de ellas antes de que caigan muy bajo. Pero si un accionista grande se deshace de ellas muy rápido, esto puede impeler a que otros corran a vender, lo que ocasiona pérdidas aún mayores. El juego es siempre encontrar un momento elusivo para deshacerse de las acciones, uno que no sea ni demasiado tarde ni demasiado pronto, ni demasiado lento, ni demasiado aprisa. Esto requiere un sentido perfecto del tiempo, y la busca de esta sincronía perfecta es el tipo de juicio que con frecuencia se tuerce.

Esto es lo que veo como retrato básico de lo que está ocurriendo y ocurrirá con el dólar estadunidense. No puede continuar manteniendo el grado de confianza mundial de que alguna vez gozó. Tarde o temprano, la realidad económica se le empatará. Esto puede ocurrir en una conmoción de cinco minutos o en un proceso mucho más lento. Pero cuando ocurra, la pregunta clave es ¿qué ocurrirá entonces?

No hay hoy otra divisa que tenga el equilibrio necesario para remplazar al dólar como divisa de reserva. Siendo ese el caso, cuando el dólar caiga, no habrá divisa de reserva. Estaremos en un mundo multipolar de divisas. Y un mundo multipolar de divisas es un mundo muy caótico, en el cual nadie se siente a gusto porque los constantes virajes repentinos de las tasas de cambio hacen muy precarias las mínimamente racionales predicciones económicas de corto plazo.

El director administrativo del Fondo Monetario Internacional, Dominique Strauss-Kahn, en este momento advierte públicamente que el mundo se está hundiendo en una guerra de divisas, cuyo resultado “podría tener un impacto negativo y muy dañino en el más largo plazo”.

Una posibilidad real es que el mundo pueda revertir, a mí me parece que ya lo está haciendo, a acuerdos de trueque de facto, una situación que no es en realidad compatible con el funcionamiento efectivo de la economía-mundo capitalista.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Privatizações: Politica para o Desenvolvimento Econômico?

Publicado em 07/11/06 – Folha da Cidade/Araraquara (modelo original)
Artigo revisado em 21/10/10

Estamos em um momento eleitoral em que as discussões partidárias debatem insistentemente as causas e os efeitos das privatizações; de um lado os que as defendem como premissa básica para o crescimento econômico e de outro lado os que as colocam em discussão sobre suas dimensões reais de atuação em prol do crescimento e desenvolvimento econômico. Antes de prosseguirmos, faz-se necessário lembrar que o crescimento econômico é a principal dimensão para o desenvolvimento econômico “sustentável”, mas não representa, isoladamente, a fonte para um desenvolvimento sustentável, pois existem outras dimensões como o social, ecológica, política, tecnológica entre outras variáveis que compõem o processo, sustentando o crescimento de forma coordenada e equilibrada.
É fato que as privatizações geram, em um certo nível, novos campos de empregos. Entretanto, o que devemos questionar são as contrapartidas que os efeitos das privatizações geram ao sistema econômico brasileiro, ou seja, quais os seus efeitos às outras dimensões do sistema, como o ecológico, social e o tecnológico entre outros. Devemos compreender e identificar as características e potencialidades nacionais e locais dos setores que possam ser ou que já foram objetos de privatizações, pois a própria dinâmica do setor e da empresa, condiciona diferentes efeitos para o desenvolvimento econômico, isto é, existem questionamentos que devem ser feitos em função das características mercadológicas e estratégicas de cada setor em questão. Portanto, o que pode ser interessante para um setor, pode não ser para o outro. Sendo assim, devemos levar em consideração as questões dos benefícios reais gerados (a gerar) para a sociedade e para a economia do país e não, apenas, os benefícios gerados aos investidores, normalmente, estrangeiros.
Devemos questionar as privatizações, olhando à luz da própria condição de nosso país, pois, atitudes quanto às privatizações em países mais desenvolvidos, possuem causas e efeitos distintos à nossa; é preciso considerar que quando transferimos toda uma estrutura estratégica nacional e todo o conhecimento acumulado aos interesses privados, ficamos sujeitos às ações e objetivos estratégicos empresariais (normalmente estrangeiros) dentro de um contexto meramente competitivo. A situação é prevista, pois o mercado passa a dar as cartas sem a devida regulação do Estado. O que precisamos caracterizar dentro desse processo são as políticas de apoio e de regulamentação das ações industriais para a sustentabilidade da cadeia de suprimentos nacional que norteia um determinado setor. Uma vez privatizada, a orientação de mercado tem sua lógica voltada ao mercantilismo propriamente dito, o que invariavelmente, em função das próprias condições das cadeias produtivas nacionais em competir com as estruturas tecnológicas e inovativas estrangeiras, essas cadeias acabam se fragilizando e sendo substituídas por empresas estrangeiras, comprometendo a base produtiva nacional.
Devemos nos perguntar, pensando em desenvolvimento econômico, quais os efeitos benéficos reais e não paliativos em se privatizar no Brasil? Temos políticas públicas (sociais, ecológicas, tecnológicas, econômicas...) eficientes que possam regular e monitorar as transformações oriundas das privatizações? Quais os efeitos para as cadeias de fornecedores nacionais e para o desenvolvimento de competências ligadas a inovação? Transfere - se nossa capacidade industrial a grupos privados e o governo Estadual ou Federal acaba arrecadando, diminuindo o seu déficit primário, a partir dessas vendas; mas o que realmente, como efeito dessas ações, se retorna a sociedade brasileira a título de desenvolvimento, melhorias e expectativas? A título de exemplo - privatizaram o Banespa, e a questão das demissões foram consideradas? Será que a instituição financeira realmente estava com sua saúde financeira abalada, como noticiaram? Um banco desse porte, no Brasil e na época, seria capaz de quebrar mesmo? Não havia como o Estado fortalecê-lo? Ou estávamos com um déficit fiscal Estadual enorme e a venda foi única saída encontrada em caráter emergencial? Precisamos pensar sobre os vários contextos.
Não há uma intenção em criticar destrutivamente os processos de privatizações, e sim em questionar os seus efeitos a partir de um pensamento muito mais amplo no que tange a essência do desenvolvimento sustentável em um país em que as políticas públicas, responsáveis pela regulamentação e sedimentação de bases para o desenvolvimento, se comportam de maneira unilateral e desestruturada, por razões de interesse muito mais privado. Em verdade, privatizar pode até ter um efeito benéfico à sociedade e ao desenvolvimento, mas depende do cenário em que o setor está inserido e da articulação de todo um conjunto de atores pertencentes ao sistema.
Não podemos esquecer da Petrobrás e do Pré-Sal, objetos de discussões por todo o pais. Precisamos nos atentar para o fato de que se trata de um recurso estratégico para o país. Vendê-lo totalmente ou em partes, seria como entregar uma mina de ouro para que alguém determinasse as condições de sua exploração e comercialização. Outro fator é que a Petrobrás é a 2º maior petrolífera do mundo e com tecnologia de ponta; não há riscos quanto a sua capacidade industrial e financeira. O que existe é um imenso potencial de exploração e expectativas reais de ganhos financeiros.
Entendo que a formação de um consórcio com parcerias formadas no que tange a exploração do recurso é viável para garantir agilidade e qualidade ao processo, porém, toda essa rede de parceiros deverá estar sob controle rigoroso da Petrobrás/Governo Federal. A controladora deverá ser a Empresa Estatal, como de fato será. Determinadas atividades periféricas ou mesmo conjunta com as atividades de exploração devem ser delegadas a uma rede de parceiros, isso representa uma prática comum nos modelos de gestão de grandes cadeias produtivas, sobretudo, aquelas de intenso conteúdo tecnológico, como é o caso em questão. Tal prática, não representará a Privatização da Petrobrás (ou do Pré-Sal), única controladora do sistema de produção, como está sendo divulgado. O Controle continuará sendo da Empresa Estatal, porém, com parceiros de risco e demais investimentos externos e internos que possam fortificar e efetivar os resultados operacionais.
A partir da análise do tema e as vertentes criadas, concluo que é imprudente e superficial enfatizar que as privatizações representam uma garantia para o desenvolvimento econômico de um país. Poderá ser dentro de um contexto complementar (apoio), porém, depende da estrutura política, econômica e social da base reguladora da nação, do setor/recurso a ser privatizado e, sobretudo, do real objetivo público que, efetivamente, está permeando todo um processo de privatização.

Fernando Bueno, Administrador, Professor do ensino superior, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Especialista em Políticas Públicas Tecnológicas.

sábado, 9 de outubro de 2010

Os desafios da economia brasileira

Artigo elaborado por Amir Khair, 12 de setembro de 2010.
Publicado no jornal o Estado de São Paulo.

O Brasil experimentou significativo avanço nos fundamentos macroeconômicos nos últimos anos. As previsões para este ano apontam para um crescimento econômico próximo a 8% com inflação tendendo a 4,5%, independentemente da equivocada elevação da Selic a partir de abril. As reservas internacionais superam US$ 260 bilhões e são maiores que a dívida externa do País. Destoa, no entanto, o déficit nas contas externas que poderá atingir US$ 50 bilhões.
Para o próximo governo os desafios na área macroeconômica serão maiores: manter crescimentos superiores a 5%, inflação abaixo de 4,5% e equilíbrio nas contas internas e externas.
Este artigo apresenta como contribuição ao debate, comentários e sugestões para atingir esses objetivos.

Pano de fundo:
O cenário externo deve permanecer hostil. A estagnação ou baixo crescimento econômico dos Estados Unidos, Europa e Japão (EEJ), responsáveis pela maior parte do consumo mundial, deverá restringir suas importações com medidas crescentes de protecionismo e pressionar para ampliar suas exportações, para ativar a expansão da produção e reduzir os altos índices de desemprego.
O leste asiático, especialmente a China deverá reduzir o ritmo de crescimento e elevar sua penetração nos mercados emergentes como compensação à redução do ritmo de expansão das suas exportações para os países do EEJ. A disputa no mercado externo será maior do que hoje e os preços internacionais deverão ficar contidos ou cair. As dificuldades para exportar serão maiores.
A liquidez internacional tenderá a se manter elevada e os juros contidos, com direcionamento maior dos investimentos para os países com maiores perspectivas de crescimento.
Acordos comerciais com os países do EEJ dificilmente poderão ocorrer e a OMC pouco contribuirá para reduzir o processo protecionista desses países.
Esse é o pano de fundo que deverá influenciar as decisões de política e de comércio externo. Nesse sentido creio que é melhor continuar a ampliar a participação comercial e ação diplomática na direção dos países emergentes e fortalecer o mercado interno.
Crescimento:
É possível continuar com crescimentos superiores a 5% ao ano desde que mantidos os estímulos à elevação do consumo, face ao potencial não explorado. Os investimentos seguem as perspectivas de consumo e as empresas captam com antecedência os movimentos e tendências de consumo e tem espaço para ocupar o que lhes foi subtraído pelos produtos importados.
Assim, deverá ter continuidade o crescimento dos investimentos acima da produção e esta acima do crescimento do consumo. O governo pode contribuir nessa direção de duas formas: a) reduzir as taxas de juros da economia e; b) ampliar as políticas de transferências de renda, como as elevações do salário mínimo e do programa Bolsa Família. É a política de crescer de baixo para cima, que caracterizou este governo com a expansão das classes D e E rumo à classe C e esta para B. A classe A cresce na esteira deste processo. É o caminho natural para aproveitar o elevado potencial de consumo existente. É um círculo virtuoso onde as empresas seguem o aumento do consumo, ampliando a produção, venda e lucro, fonte principal da poupança para os investimentos.

Inflação:
Dificilmente assistiremos processos inflacionários no mundo. A razão está no pano de fundo descrito. A disputa pelos mercados tenderá a crescer, com maior oferta do que demanda. É difícil, no entanto, prever o comportamento do câmbio. A tendência no País talvez seja de estabilização, devido a duas forças antagônicas: a tendência estrutural de desvalorização do dólar perante outras moedas e commodities e os déficits nas nossas contas externas.
Os Estados Unidos deverão tender a reduzir seus déficits externos e, para isso, continuar a desvalorização do dólar. Não está excluída a possibilidade de novas elevações da liquidez nos países do EEJ para reduzir riscos de duplo colapso. Por outro lado, o Brasil deverá ter perdas nas contas externas o que induzirá a desvalorização do real face a outras moedas.
Desde 2004 até este ano a média anual foi de crescimento econômico de 4,5% e inflação de 5,0%. É um avanço sobre o ocorrido de 1995 a 2003, quando essas médias foram respectivamente de 2,2% e 9,1%. De lá para cá os preços dos produtos importados subiram 30%. Isso poderia indicar elevação da inflação, que não ocorreu.
No auge do crescimento econômico mundial, registrado no terceiro trimestre de 2008, véspera do impacto da crise, os preços dos produtos importados pelo País se encontravam no seu nível histórico máximo de 142 (referência: 2006 = 100). A partir daí despencaram para 114 em maio de 2009 e com ligeiras oscilações estabilizaram em 120, com queda de 16% desde o início da crise. Diante disso, creio que será possível reduzir a meta de inflação para 4% nos próximos anos, com Selic tendendo ao nível internacional.

Contas internas:

A evolução ocorrida desde 2002 nos dois principais indicadores das contas internas foi favorável. Em 2002 o déficit fiscal foi 9,6% do PIB. A partir de 2003 oscilou entre 2% e 4% e neste ano a previsão é entre 2% e 3%. A dívida líquida do setor público estava em 52,2% do PIB no final de 2002, indo até 60,6% ao final de 2003. No final de 2009 estava em 38,4% e as previsões para este ano apontam para 40%.
Caso o PIB cresça 5% ao ano e a taxa média de juros de 10% neste ano caia um ponto percentual por ano, basta um superávit primário de 1,8% para em 2014 a dívida líquida cair para 30% do PIB e obter o desejado equilíbrio fiscal. Nessas condições as despesas com juros cairiam dos atuais 5,4% do PIB para 1,8% do PIB em 2014. É uma economia de 3,6% do PIB (5,4 menos 1,8), que poderá permitir a redução da carga tributária e/ou ampliar programas na área social e de investimentos em infraestrutura.

Contas externas:

Deverá ser o nosso calcanhar de Aquiles nos próximos anos.
A estratégia de estímulo ao consumo como mola mestra para o crescimento exige o aumento das importações, enquanto as empresas não conseguirem elevar sua produção para atender o maior patamar de consumo.
Para agravar esse quadro a política cambial não está impedindo a apreciação do real face às demais moedas, o que dificulta as exportações e facilita as importações.
Assim, as contas externas ficaram deficitárias desde 2008. Em 2009 o déficit foi coberto pelo investimento estrangeiro direto (IED). Neste ano, além do IED serão necessários os investimentos em carteira (ações e títulos públicos) de estrangeiros, que têm caráter especulativo. Isso gera preocupação e exige modificações urgentes para reverter isso. Entre elas destaco:
- Para melhorar a balança comercial é necessário depreciar o real e a primeira medida é posicionar a Selic ao nível internacional para reduzir/eliminar operações de arbitragem. Contribui, também, a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras e o estabelecimento de um prazo mínimo de permanência dos investimentos em carteira.
- É mais fácil reduzir importações do que elevar exportações face ao restritivo cenário externo. Para isso, devem ser majoradas alíquotas de importação e/ou quotas para produtos com características de dumping e agir com reciprocidade de tratamento a países que imponham barreiras à exportação de nossos produtos.
- A remoção gradual dos gargalos de logística e de infraestrutura, melhora nossa posição competitiva e para isso deve-se dar continuidade ao PAC, fortalecendo-o.
- Independentemente da ação governamental estão ocorrendo investimentos por grandes empresas no setor portuário, ferroviário e de armazenagem para acompanhar o avanço da demanda e evitar que os gargalos comprometam suas rentabilidades.
- Aproveitando o crescimento expressivo da arrecadação nos próximos anos, o governo federal deveria acelerar a devolução aos exportadores dos créditos tributários estimados em R$ 10 bilhões.
Essas são algumas mudanças de caráter mais imediato. No longo prazo, o cenário é favorável. O País tem posição estratégica no confronto internacional nas commodities e alimentos, que serão demandados em escala crescente acompanhando o contingente de novos consumidores das economias emergentes.
Segundo a Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), o Brasil terá o mais rápido crescimento da produção agrícola no mundo nos próximos dez anos. Além disso, possui reservas aqüíferas, subsolo privilegiado e energia em abundância e de boa qualidade ambiental. Esses insumos permitem custos de produção altamente competitivos e agregação de valor com a incorporação de tecnologias disponíveis.
Em síntese, embora as contas externas estejam deficitárias não faltam instrumentos para em médio prazo reverter esse quadro. No longo prazo as perspectivas são amplamente favoráveis para a retomada dos superávits externos.São muitos os desafios e não faltam avaliações e propostas para enfrentá-los. O que importa é que o próximo governo consiga avançar mais do que já foi feito.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

LULA, O ETERNO E FANTÁSTICO "ANALFABETO"

O TEXTO ABAIXO É DE AUTORIA DO PROF. PEDRO LIMA
Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de
miseráveis e pobres à condição de consumidores;
e que também não entende de economia, pagou as contas de FHC,
credibilizou o país junto ao FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais
escolas e universidades que seus antecessores juntos [14
universidades públicas e estendeu mais de 40 campi] e ainda criou o
PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de
bolsas para pobres em escolas particulares].

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de
janeiro de 2010] e não quebrou a previdência como queria FHC.

Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.
Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de
nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país
à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de
energia alternativa ao petróleo do planeta].

Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas
mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes,
passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].

Lula, que não entende de política externa nem de
conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a
ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos
da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista.
Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc.
Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o
primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no
cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de
Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é
hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise.

Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a
indústria automobilística a bater recorde no trimestre
[como também na linha branca de eletrodomésticos].

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem
fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as
pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo
para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].

Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um
brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush -
notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com
Barack Obama.

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um
agitador... é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO -
American Federation Labor-Central Industrial Congres - a central de
trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...] e entra
na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio
Sam lá, nos "States".

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar
um mapa é autor da maior mudança geopolítica das Américas na
história.

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois
nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se
torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um
locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande
legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra,
pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para
dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada;..
é bem melhor que todos os outros...!

Pedro Lima *
Economista e professor de economia da UFRJ

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Educação e Sustentabilidade

Mecanismos para o Desenvolvimento Sustentável:

O desenvolvimento sustentável é o tema do momento, os discursos “estrelados” sobre este assunto no meio acadêmico e político se evidencia quando a intenção é ganhar notoriedade pública. Como se fosse algo simples de efetivar-se. Temos que deixar a ingenuidade de lado e compreender que a concepção, por parte de uma nação/sociedade, quanto às condições para que se construa um desenvolvimento sustentável é totalmente endógena, ou seja, a integração dos vários atores que compõem as bases políticas e sócio-econômicas de uma nação ou mesmo de uma região são as ferramentas e os insumos necessários para a constituição de uma base sedimentada que possa suportar as transformações que o mundo globalizado insere em nosso ambiente.
Podemos caracterizar as políticas públicas como a grande norteadora e reguladora do sistema nacional ou local e quando aplicada segundo os padrões de interesse público e não individual, contribuem substancialmente para a formação das bases nacionais e consequentemente locais/regionais para a sustentação do sistema complexo. Podemos comentar sobre a articulação das redes de empresas que compõem as cadeias de suprimentos de setores de alta densidade tecnológica; podemos enfatizar a importância da conscientização da sociedade, da própria conscientização do poder público e sociedade empresarial sobre os efeitos de suas produções ao meio ambiente (ecológico, social e cultural..); podemos mencionar a importância dos centros de pesquisas e desenvolvimento para a inserção de novas tecnologias, dos aspectos relacionados a valorização do ser humano antes da valorização do capital, enfim.....são vários os aspectos que compõem um cenário altamente complexo de total interdependência entre os vários atores e que deve ser concebido na estrutura do planejamento político-econômico de um sistema.

Educação - força propulsora para o Desenvolvimento Sustentável:

A partir de uma análise introdutória e sintética sobre os mecanismos para o desenvolvimento sustentável, perguntemos: Por onde começar?
Algo complexo, oriundo de raízes estruturais políticas, mas que pode no longo prazo ser implantado e concebido na matriz do planejamento. Trata-se de uma questão estratégica que visa definir um estado futuro de uma nação e as ações a se tomar.
A estratégia a ser usada, diante do contexto, são as ações dirigidas à educação, somente assim, com paciência e muito comprometimento com a área educacional desde a base do fundamental até a formação superior é que poderemos formar e direcionar posturas dignas que possam, em todos os aspectos citados na primeira parte, atuar em uma função de complementaridade no sentido de se constituir um novo cenário para o desenvolvimento de uma nação. A educação gera conhecimento e consciência, forma opiniões, orienta as boas ações e a intelectualidade de uma sociedade em qualquer espaço geográfico. Portanto, deve ser vista como uma forma de combustível renovável que movimenta o motor de qualquer sistema.
O Remédio existe, porém usá-lo adequadamente conforme o receituário depende dos objetivos reais do poder público/privado. Qualquer mudança em um determinado sistema gera resistências que em um primeiro momento são indigestas, mas temos que conceber e incorporar tal ideologia no sentido de viabilizarmos a proposta. O corpo discente, docente e os gestores educacionais do setor público e privado ainda possuem olhares equivocados no que tange a absorção de determinados mecanismos que visam à qualidade do serviço como a essência dos objetivos educacionais. Convém lembrá-los que as vantagens competitivas perenes e não temporárias das instituições de ensino, seja em qualquer nível, dependem, sobretudo, da qualidade e do comprometimento de seus agentes. Esse cenário será, sem dúvida, confirmado pelo tempo. A educação é a base endógena para o tão dito Desenvolvimento Sustentável e deve ser vista como o principal mecanismo/insumo para a formação de “pessoas”. Não deve ser vista apenas como um segmento de ganho monetário de um setor individualizado. Lembremos: educação, acima de tudo, é responsabilidade sócio-econômica.

Publicação: 22/11/2006 - Jornal Tribuna de Araraquara, n. 6358.
Fernando Bueno, Mestre em Desenvolvimento Regional, administrador de empresas, consultor, escritor e professor do ensino superior. E-mail: prof_fernandobueno@ig.com.br


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

LIVRO - INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE GLOBAL

NOVO PONTO DE VENDA:
LIVRARIA CORTEZ - "CLIQUE NO TÍTULO"

OU ACESSE:
Rua Bartira, 317 - Perdizes (ao lado da PUC)
Televendas: (11) 3873-7111

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Responsabilidade social corporativa: uma análise crítica

Penso que a responsabilidade social é realmente uma grande oportunidade de negócios, não seria? Seria um nicho de mercado para o mundo capitalista? Precisamos pensar um pouco em cima de todo esse contexto social tão desejado e tão bem explorado.
O cenário me parece claro. Enquanto o Estado social e ambiental permite, por razões estruturais e hora por razões conjunturais, um deslocamento de suas responsabilidades para as mãos do poder privado, estará possibilitando, ainda que indiretamente e muitas vezes por não ter alternativa, a exploração do poder privado dessa importante dimensão do desenvolvimento: o social. Partindo da premissa que a responsabilidade social é fazer o bem sem contrapartida financeira direta e mais, significa a capacidade em dar respostas aos diversos problemas sociais, deixo uma questão no ar: será que o poder privado possui enraizado em seu DNA corporativo a essência da responsabilidade social? Será que uma empresa exercerá a tal responsabilidade social sem que haja, efetivamente, um retorno de cunho financeiro? Claro que não ou você acredita em papai Noel? Sem um resultado mensurável do ponto de vista financeiro, como aumento da participação de mercado, melhoria da imagem corporativa perante a sociedade e a mídia ou mesmo a partir de uma lucratividade de curto prazo, quase nenhuma corporação se interessaria pelas questões sociais, infelizmente. 90% daquilo que vemos é marketing social puro.
Onde está a essência da responsabilidade social? Certamente, sempre haverá uma relação custo-benefício envolvida. A questão é definir com ética e responsabilidade o que é responsabilidade e o que é marketing social. Seguramente, os dois podem e devem, no meio corporativo, caminhar juntos, porém, com base nos princípios éticos e morais que regem a responsabilidade social. Não há mal algum em divulgar tais ações sociais no intuíto de evidenciar uma imagem responsável e conscientizar/atender a sociedade. Entretanto, quando tais ações efetivas são insuficientes perante os grandes investimentos em marketing - entende-se ferramentas promocionais - devemos questionar a ética e a moral de tais corporações.
Responsabilidade social não é marketing. Este é o principio que devemos entender antes de concebermos os planos sociais corporativos.